quarta-feira, 20 de março de 2013

Amor por aprender

Partilho um poema antigo para o qual fiz recentemente uma música. Chama-se "Amor por aprender"

Andava em busca de casa
Estrada à frente, pó, mais nada
Até que cheguei a uma encruzilhada
Duas casas, uma entrada,
Sem saber qual escolher.

Uma segreda-me ao ouvido,
A outra tem um leve ruído
Escuto ambas, estremecido,
Sem saber em qual viver.

A primeira canta-me melodias,
A segunda encanta-me com manias
E apesar do passar dos dias
Não sei quem vai vencer.

Uma consciente, outra tonta
Conta-me histórias como quem conta
A história como uma afronta
À sua maneira de ser.

Por isso aguardo sossegado,
Um amor em cada lado,
Nesta sina do meu fado,
O amor por aprender.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Correntes e Cadeados


O dia de hoje ficou marcado pela luta dos estudantes por todo o país. Em várias cidades os estudantes saíram à rua para dizer que não dá mais, para os bancos vão milhões e para a escola só tostões. Em apoio à luta dos estudantes escrevi uma letra para uma música, por altura dos incidentes ocorridos na escola Alberto Sampaio, em Braga. Deixo aqui essa letra, intitulada "Correntes e Cadeados".

Ai é para agrupar?
Então fecha a cadeado
E toca a agitar!
Se a escola não parar
Ninguém ouve a voz
De quem quer estudar

Gritar que a solução
Não passa por cortar
Na sua educação
Muito menos por roubar
Direitos àqueles
Que querem ensinar.

Refrão:
Para um homem sem valores
Não é a formação
Que faz o anjo protector,
Como um curso superior
Não faz de qualquer nabo
Um grande gestor.

Essa lavagem cerebral
Que te andam a fazer,
Ó povo de Portugal,
Com discursos sem sal,
Só serve p’ra apagar
A história do manual.

Ai é para regredir?
Então chama toda a gente
Para reunir.
Se tentarem reprimir
Levanta bem o braço
E toca a resistir.

Nem pimenta ou bastão
Conseguirão calar a voz
Ou quebrar a união
De quem luta e quer sentir
O direito a viver
E ver o futuro reluzir.